METRÓPOLES
BÉLGICA
BRUXELAS – PARTE I
BRUXELAS, PARADA OBRIGATÓRIA
A Bélgica é um país extremamente bem situado geograficamente, fica entre a França e a Holanda; à direita, atravessando o canal da mancha, está a Inglaterra, à esquerda, a Alemanha e no sudeste do país, Luxemburgo. Então, logisticamente, uma excelente escolha é visitá-la e ir a estes países situados muuuito perto.
Fonte: Google Maps
Um pouco de história: passado e presente de Bruxelas
Bruxelas não é apenas a capital, mas também a maior cidade do Reino da Bélgica. Sim, eles têm uma família real e, desde 2013, seu monarca é Filipe Leopoldo Luis Maria. Com mais de 1 milhão de habitantes, sua economia é baseada, atualmente, na prestação de serviços, além de ser a sede da União Europeia, da OTAN e várias outras instituições europeias governamentais e privadas.
A origem de Bruxelas remonta ao ano de 580 d.C., época na qual o bispo de Cambrai começou a construir uma capela na região onde encontra-se hoje a capital. No entanto, só na segunda metade do século X é que a cidade sai lentamente das sombras, quando em 977, Carlos de França, duque da Baixa Lotaríngia, manda construir um castelo numa ilha do Senne, com uma capela dedicada a São Gaugerico (Géry).
A língua predominante em Bruxelas é o francês ou, como eles a chamam, Bruxelles. Mas, não se preocupe, porque, assim como os mais turísticos países da Europa, aqui falasse todas as línguas.
Como chegar a Bruxelas?
Nesta ocasião, eu estava em Madrid e para ir a Bruxelas, preferi pegar o avião, é direto com trajeto de 2h30 pela empresa Ibéria paguei pela ida 40 euros. Chegando ao Aeroporto de Bruxelas para o centro o trajeto foi o seguinte:
Quanto tempo ficar?
Visitei Bruxelas por sete noites, de 10 a 17 de setembro de 2019, com duas cidades (Gent e Brugges) para bate-volta, no finalzinho do verão europeu. Para ficar somente em Bruxelas sem bate e volta, como sempre digo, vai depender do seu perfil e quais visitas lhe atraem, para conhecer o centro e o distrito de sablon, umas 3 noites.
Como estava o clima?
Peguei sol, tempo nublado, chuva fininha e até um pouquinho de frio pela manhã e no final da tarde, pro meu gosto perfeito, a chuvinha nem atrapalhou foi por pouco tempo.
Onde ficar em Bruxelas?
A Gare (estação) Central ficava a 1km do meu primeiro hotel, cheguei às 19h e já estava cansada. Então, embora normalmente eu vá a pé até o hotel puxando a malinha, decidi pegar um táxi na estação, que custou 4,40 euros.
Na primeira noite, dormi no SLEEP WELL YOUTH HOSTEL porque no Motel One nesta data estava lotado. O ponto positivo foi o atendimento, que estava a cargo de uma moça dedicada e preocupada com os hóspedes. Detalhe: o hostel estava cheio e era só ela atendendo (cheguei a ficar com dó!).
Porém, a parte não tão boa já começou quando entrei no elevador, que parecia diretamente vindo da 1º guerra mundial, sujo e detonado. Mas, o mais decepcionante, com certeza, foram os quartos… Todos muuuuitos simplórios (até aí, tudo bem), no primeiro, a TV não funcionava e eu preciso ouvir um pouco de barulho, já que viajo sozinha. Então, pedi para trocar e a “surpresa” foi que o segundo tinha sido usado e não estava limpo (que nojoooo!). Aí, fui para o terceiro e nisso já eram quase 23 horas… No fim das contas, não adiantou de nada a TV, pois estava tão cansada que dormi direto (e finalmente, pude descansar!).
Avaliação pessoal do Sleep Well Youth HostelAtendimento: muito bom, apesar de somente 1 funcionária, me pareceu mal gerenciadoEstrutura: hotel grande e moderno com áreas que necessitam ser reformadasQuarto: muito básico, antigo, precisando de reformas e pouco conforto. Cama regular e ar condicionado funcionando bem. Banheiro velho e sujo, 16 a 32m² para até 6 pessoas.Café da manhã: qualidade ruim, muito bagunçado e reposição lentaLocalização: ótimaPreço: diária 81 euros para 1 pessoa com café da manhã (caríssimo para o que oferece)Endereço: Rue du Damier 23Site: www.slepwell.be |
Graças a todos os santos, no outro dia, mudei correndo, ou melhor, de taxi (que custou 5,60 euros) para o MOTEL ONE, que faz parte de uma rede ótima, com vários hotéis espalhados em diferentes cidades européias.
Avaliação pessoal do Motel OneAtendimento: muito bom vários funcionários sempre prontosEstrutura: decoração contemporânea, linda em tons de marrom e azul turquesa, hotel grandeQuarto: excelente com cama casal, ar condicionado e TV . Banheiro de bom tamanho com chuveiro, tudo moderno e novo, 16m²Café da manhã: 10 euros, boa quantidade, qualidade muito boa e informam que tudo é orgânicoLocalização: maravilhosaPreço: diária 82 euros para 1 pessoa sem café da manhãEndereço: Rue Royale 120Site: www.motel-one.com |
Apesar do café da manhã do hotel ser muito bom, um dia resolvi mudar e tomar meu breakfast na cafeteria/salão de chá Paul, que fica bem na frente do hotel. Pedi café com leite, suco de laranja e um croissant delicioso, tudo por 8,60 euros. Vou te falar a verdade que por 1,40 euros de diferença, o “breakfast” do hotel é muito mais negócio.
O Motel One tem tipo um snack/bar (one lounge), que é um ambiente muito gostoso no enorme salão de entrada. Ali tomei um capuccino num “xicrão” por 3,50 euros, que caiu como uma luva, porque a tarde estava bem fria, e à noite, lanchei uma toast bem grande de frango com batatinhas chips apimentadas por 7,90 euros.
Câmbio: Onde trocar reais?
Durante minha estadia, precisei comprar euros e só tinha reais. Nenhum problema! Coloquei casa de câmbio no google maps e apareceram alguns lugares no centro. Naquela época, paguei R$ 4,70 por 1 euro, bem mais em conta que no Aeroporto (onde 1 euro custava mais de R$ 5,00).
O que visitar em Bruxelas?
Chegamos à melhor parte: os passeios e as muitas atrações que Bruxelas tem para oferecer! Não pense que esta cidade se limita ao seu centro histórico, pois existem muitas áreas interessantes para visitar, como Nord, Sablon, Louise, Heyzel e o Bairro Europeu. E o bom de ficar em um hotel central é que dá para fazer quase tudo a pé. Eu só precisei pegar o metrô duas vezes, para conhecer Heyzel e o Bairro Europeu, que ficam mais distantes do centro.
FOTO MAPA DE BRUXELAS
Nesta primeira parte, focarei nas principais atrações do centro histórico de Bruxelas e te contarei onde almocei e lanchei a noite, e óbvio falarei dos famosíssimos chocolates belgas. Já a segunda parte dedicarei aos demais bairros.
Centro Histórico de Bruxelas
CATHEDRALE DES SAINTS MICHEL ET GUDULE Como fiquei hospedada na Rue Royale, estava muito perto da Catedral, então, comecei as visitas por ela.
Saint Gudule é a padroeira de Bruxelas e esta igreja católica romana levou 300 anos para ficar pronta. Em estilo gótico, bem clara em seu interior, com belos vitrais e esculturas, inclusive se você estiver por ali no verão, ainda pode assistir a um concerto de música à noite.
Endereço: Rue du bois Sauvage, 1Entrada: Gratuita (mas para ver as escavações, a crypta e o tesouro da Igreja, o ingresso custa 6 euros)Horários: aberta todos os dias das 08 as 18 horasMais informações aqui. |
Da catedral, seguir para a LES GALERIES ROYALES SAINT-HUBERT, uma galeria comercial de inspiração italiana com um teto em vidro belíssimo, é considerada uma das mais antigas e luxuosas da Europa. Para o meu gosto, a Galeria Vittorio Emanuele II de Milão é mais glamourosa, mas a Saint-Hubert ganha em um item: os chocolates.
Endereço: Galerie Du Roi, 5Mais informações aqui |
Vou te falar uma coisa: o mais importante para mim numa viagem, depois da arquitetura, é o CHOCOLATE (amoooo). A Bélgica não é o maior produtor da Europa (nem de cerveja), mas é um dos mais lembrados e prestigiosos, sem dúvida. Nesta Galeria, você vai encontrar algumas das marcas mais badaladas e antigas, como Neuhaus, Corné chocolatier Porto Real, Mary, Godiva, Leonidas e Pierre Marcoline. Se puder, não deixe de experimentar, nem que seja um bombomzinho de sobremesa.
O cenário das vitrines na galeria é de encher os olhos de tanta beleza e delicadeza, o jogo de cores, a criatividade de expor os doces… Tudo é de tirar o fôlego! Imagine quando entrei na loja e senti aquele perfume de chocolate, foi um verdadeiro orgasmo olfativo hahahaha. Caramel, truffles, bombons, ganache, cornets, pralinés, barras e um mundo de chocolate (como não ficar com água na boca?)
Grand Place de Bruxelas, um Patrimônio Mundial
Assim, meio “tonta”, segui para o local mais importante da cidade: a GRAND PLACE, eleita Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 1998. Ela é verdadeiramente única, a meu ver, uma das praças mais bonitas da Europa, cercada de prédios em quatro estilos (gótico, barroco opulento, neoclássico e neogótico).
Aqui encontramos construções grandiosas que deixam o viajante extasiado, sem saber para onde olhar. Alguns dos prédios que a compõem são:
- Hotel de Ville (Prefeitura): você a reconhece pela torre de 90m. Só podem ser feitas visitas guiadas nas terças e nos domingos, a um custo de 7 euros. Então, verifique no Bureaux d’Informations Touristiques (Escritório de Informações Turísticas), que abre todos os dias das 09 às 18 horas. A entrada também é uma beleza, não deixe de dar uma espiadinha. FOTO PRÉDIO E ENTRADA
- Musée de la Ville de Bruxelles: no n° 2, museu dedicado ao patrimônio e história da cidade desde sua origem até os dias atuais. A entrada custa 8 euros e abre de terça a domingo das 10 às 17 horas, você pode conferir mais detalhes aqui. FOTO
- Maison de La Louve, no nº 5.
- Maison dês Brasseurs, nº 10.
- Maison dês Ducs de Brabant, entre os nº 13 a 19.
- Maison de Victor Hugo: famoso novelista e ativista dos direitos humanos francês viveu na casa de nº 26 e 27 durante seu exílio.
OUTRAS FOTOS
Legenda: Maison dês ducs de Brabant
Legenda: Prefeitura
Legenda: Entrada da Prefeitura
Legenda: Musée de la Ville de Bruxelles
A primeira vez que estive em Bruxelas, em agosto de 2008, pude acompanhar a montagem do TAPIS DE FLEURS (tapete de flores naturais) na Grand Place. Foi uma grata surpresa, o tapete é soberbo em tamanho e beleza (75m de largura x 24m de comprimento). A cada dois anos, é exibido um tema diferente e, em 2008, foram os motivos franceses do século XVIII.
Colocar foto do dvd.
Bolsa de Valores, Igreja e Teatro
Da Grand Place seguir para a Place de la Bourse 1 para ver o prédio da BOURSE (BOLSA DE VALORES). Construído durante o século XIII, em estilo neoclássico, muito bem ornamentado e dizem que, futuramente, abrigará o Museu da Cerveja.
FOTO
Se for sua primeira vez em Bruxelas, siga para o Boulevard Anspach, entre à esquerda na Rue Du Marché e continue até chegar à PLACE SAINTE-CATHERINE. Nesta praça, aproveite para visitar a ÈGLISE (Igreja) de mesmo nome e, bem atrás dela, a TOUR NOIRE (torre negra) que faz parte das fortificações que protegiam Bruxelas do século XIII. Aproveite para almoçar, pois esta região está cheia de restaurantes.
Atrás da Igreja, pegue a Rue de L’eveque e siga até o THEATRE ROYAL DE LA MONNAIE-DE MUNT, que fica na Rue Leopold 23. Este teatro foi construído em 1700, em estilo neoclássico, no prédio onde funcionava a antiga Casa da Moeda. Se puder ir a algum espetáculo, não perca a oportunidade (e não tem só opera não, viu???). www.lamonnaie.be
Percorrendo o centro histórico de Bruxelas, com certeza, você também passará pela ÉGLISE SAINT-NICOLAS (Igreja), na Rue au Beurre. É uma construção mais simples, ao mesmo tempo original, porque a lateral está “cortada” por uma construção comercial, que parece estar acoplada à parede da Igreja. Dá uma olhadinha:
ÁREA COMERCIAL
Outra parada obrigatória em Bruxelas é a RUE NEUVE, que abriga um grande centro comercial, incluindo a loja de departamentos Magazine Inno, Anspach Galleria, Shopping City 2 no nº 123, Lojas H&M (departamentos), Zara (departamentos), Celio (masculina), Uniqlo (departamentos), enfim, é comércio que não acaba mais, para todos os gostos e bolsos.
Culinária Típica da Bélgica
- Carbonade Flamande: lembra a nossa carne assada, bem escura, preparada com cebola e cerveja belga. Tentei almoçar este prato em Bruxelas e Brugges, mas não dei sorte, talvez pela escolha dos restaurantes, quem sabe? Sinceramente, não gostei, mas experimente, até porque, como dizem, gosto não se discute.
- Batatas fritas: as batatas fritas da Bélgica ganharam fama internacional, mas vou ser sincera: já comi melhores na Espanha e na França (crocantes por fora, sequinhas e macias por dentro). Desculpe…
Onde comer em Bruxelas?
Um restaurante bem antigo, em estilo pub inglês, que fica no centro, pertinho do Theatre de La Monnaie. O lanche é muito bom, com pães elaborados artesanalmente no local e também oferece um ótimo atendimento. O que pedi: refrigerante, água, croque monsier (tipo misto quente) com ovo e uma salada. Quanto custou: 16,25 euros.
É uma cadeia que tem várias unidades espalhadas pela cidade, eu fui na que fica quase em frente à Galerie Saint Hubert. Sua especialidade são as carnes grelhadas, mas fiz apenas um lanche mais leve à noite. O que pedi: um capuccino (estava um pouco frio) e 5 croquettes fromage (queijo) que eu amo e estavam bons! Quanto custou: 14,30 euros
Restaurante mais requintado na frente do Motel One. Os preços são um pouco salgados, mas valem a pena, já que a comida é maravilhosa. O que pedi: jantei uma salada Mesclun com vários tipos de alface, queijo de cabra quente, bacon, figos, passas, croutons e tomate cereja, com tempero de vinagre balsâmico, azeite, mostarda, mel e tomilho (lembrando que na Europa praticamente todas as saladas já vem com um molho, quer dizer temperadas) .Quanto custou: a salada mais uma bebida 16 euros.
Bar na Praça de La Liberte próximo ao Motel One, onde fiz um lanche à noite. O que pedi: um croque monsieur (tipo um misto quente com molho bechamel por cima e ovo) e uma salada. Quanto custou: 8,40 euros.
LE CIRIO
Brasserie de culinária italiana num prédio de 1886 em estilo art noveau, localizado no centro.
O que pedi: um rondelli de ricota e espinafre, com molho de tomate mas na verdade o molho estava ácido em excesso e a massa passou um pouco do ponto.quanto custou: foi baratinho, mas não lembro o preço certo, não passou de 10 euros
Com esse nome, adivinha qual é a especialidade??? Essa pizzaria fica no bairro Sablon e tem até um chef napolitano. Comida excelente, com ingredientes de primeiríssima! O que pedi: uma pizza de funghi (cogumelos) com fiori di latte (mussarela branca e cremosa de melhor qualidade), mais um refrigerante. Quanto custou: 16,50 euros.
Esta pâtisserie francesa de 1985 faz uns brioches com chocolate deliciosos chamados “cramiques”, além de croissants e merengues com recheios e coberturas diferenciadas. Fica na Rue Auguste Orts 19, Centro, numa esquina, a loja é toda envidraçada, exatamente para que a produção dos quitutes seja vista por todos. É de dar água na boca!!! O que pedi: 2 cramiques Quanto custou: 3,40 euros
Vamos ao que interessa: os CHOCOLATES!!!
Talvez, você pense em comprar os famosos chocolates belgas num supermercado. Só que tem um detalhe: os chocolates mais artesanais, de produção local, não são vendidos em supermercados na Bélgica, e sim nas lojas próprias das marcas, que estão espalhadas pela cidade.
Claro que, se você entrar num supermercado em Bruxelas, encontrará bons chocolates de marcas como Nestlé (suíça), Milka (alemã), Cote D’or (belga), Ritter (alemã) e, óbvio, Lindt (suíça). Algumas delas são vendidas no Aeroporto (inclusive comprei duas barras de 190 gr. cada de chocolate com recheio de mousse da Cote D’Or por 5,60 euros).
Porém, quero dedicar este espaço para falar um pouco mais dos chocolates locais que experimentei, vamos lá:
- Leonidas: muito bom! Uma barrinha de 50gr custou 1,40 euros, já 6 barras de 100gr valiam 15,60 euros e o sachê de trufas, 10 euros. Esta marca foi criada em 1913 por Anatólia Leônidas Georges Kestekides, um grego que foi para os EUA e, um tempo depois, se mudou para Gent.
- Neuhaus: muito bom! Paguei 10 euros por duas barras de 100gr e 9 euros pelo chocolate instantâneo de 230gr. As barrinhas menores (50gr) custaram 2,59 euros. A marca foi fundada em 1857 por Jean Neuhaus, suíço que se mudou para a Bélgica, e cujo neto criou o praliné em 1912.
- Godiva: simplesmente maravilhoso, o chocolate oficial da família real belga! Paguei por uma barrinha de 45gr 2,80 euros. Já o café moído com chocolate truffle de 284gr paguei 12,80 euros (o cheiro é tão maravilhoso que guardei o saquinho no armário). Marca criada em 1926 por Pierre Draps, seu filho notavelmente aperfeiçoou a receita da trufa original.
Com muita água na boca, chegamos ao final deste primeiro post sobre Bruxelas. Não deixe de dar um pulinho lá na segunda parte, onde falo sobre os outros bairros da cidade, suas belezas arquitetônicas e outras atrações turísticas.